sábado, 22 de outubro de 2011

Quanta coisa a gente faz, depois quer voltar atras.

- E ai, Thais, tudo bom? (...) estou indo embora.
- Como assim indo embora? Pra onde tu vais? Quando? Por quê?
- To indo embora pra minha antiga cidade.


Todos eles vão embora. Se mudam para outras cidades, mudam o corte de cabelo, mudam a barba e mudam. Ponto. Mudam.

Garoto novo no pedaço, puxou assunto, conversas de madrugada, cinema, beijos, conhece os pais, a garota volta com o ex, terminam, se esquecem, voltam a conversar, marcam pra sair, rola um beijo e então uma ligação é esperada. Um sinal. Um sorriso. O sinal de um sorriso. Nunca apareceu.

Sabe qual o problema das pessoas? Elas deixam as oportunidades passarem na frente delas e não a agarram. Quer o que, meu filho? Moleza? Tudo de mão beijada? Assim não dá, viu? A gente tem que ser feliz, tem que correr atras da felicidade!

Minha felicidade esteve na porta da minha casa. Passou pra me buscar de carro com os pais para me levar ao cinema. Tão lindinho, pagou minha entrada, encheu os olhos da minha mãe e queria algo sério com a princesa aqui. Sabe o que eu fiz? Isso mesmo, joguei minha felicidade pela janela, assim, fria. Seca.

Depois de algum tempo a gente olha pra tras, vê a merda que fez e pensa "mas e se eu tivesse feito daquele jeito?" E se? E se? E se nada meu bem, esqueça, não da pra voltar no tempo e consertar. Já foi.

Olha como a vida é boa comigo... Recebi uma segunda chance! Que menina privilegiada que eu sou, hein? Minha segunda chance apareceu com barba no rosto e foi me buscar no colégio para irmos a uma festinha de uma amiga. Na despedida rolou um beijo. Aliás, dois. Que beijo doce esse menino tem, gente. Pensei "tudo bem Thais, calma, dessa vez você não vai estragar tudo, vai? Você vai fazer tudo certinho, não é? Se ele te ligar vocês vão sair, ok?" Ok, ok, ele vai ligar e vamos namorar.

Nunca recebi nenhuma ligação. Quatro dias depois e ele estava namorando. Achou a felicidade dele e nem precisou dar uma segunda chance à ela.

- E ai, Thais, tudo bom? (...) estou indo embora.
- Como assim indo embora? Pra onde tu vais? Quando? Por quê?
- To indo embora pra minha antiga cidade.


As coisas poderiam ter sido diferente. Se eu tivesse feito a diferença. Minha felicidade foi embora e eu não tive tempo de dar um beijo de despedida. Mas um profundo e longo beijo que eu nunca lhe dei.


2 comentários:

  1. De algum jeito eu me identifico...
    Não parece ser uma estória,parecem memórias,
    se for uma estória você esta de parabéns...
    mas não creio que seja.
    =)

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