Pesadelos iniciais

Acordei meio assustada, acho que estava tendo mais um pesadelo e nao conseguia lembrar. Olhei pela janela e ainda estava tudo muito escuro, a rua estava soturna, nenhum carro e apenas um cachorro passando. Estava tão frio, que meu edredon não fazia o papel de quentinho, apenas macio.
Meu quarto lembrava muito nós dois, passamos tardes paralelas ali antes de você ir embora. Estou sentindo tua falta, minhas notas na faculdade não continuam as mesmas sem você por perto me ensinando. As vezes me sinto tão incapaz, que preciso de um dicionário do meu lado para saber se minhas palvras são coerentes.
Daqui a três meses estarei me formando e se você não tivesse tanta pressa de me deixar, iria se formar junto comigo, iríamos pegar nosso canudo juntos. Bem feito seu imbecil, eu disse pra você ser forte, disse pra ser forte! Agora apenas eu vou me formar sem você perto de mim! Você prometeu, prometeu ficar ao meu lado por mais tempo, não acredito nisso, como pôde?! (...)
Oh, desculpe, meu bem, eu não queria ter falado assim. Você não é imbecil, perdoe-me, você é o garoto mais incrível que já pude conhecer em toda minha vida e pelo qual me apaixonei perdidamente. Desculpa fugir de mim mesma, é que não consigo desejar boas vindas para a nova vida que surge agora. É absurdamente aceitar que você foi embora para sempre, que não tem mais volta... que você está morto.